data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (BD, 27/11/2019)
Em Santa Maria, o Grupo Big tem dois hipermercados, um supermercado, um atacado e dois postos de combustíveis. Já a rede francesa tem um hipermercado e um atacado
*Matéria atualizada às 17h40min de 26/01/2022
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com ressalvas, a compra do Grupo Big pelo Carrefour Brasil. O parecer será remetido para análise do Tribunal da autarquia, com a recomendação de que o negócio seja aprovado mediante a "adoção de remédio negociado com as empresas, que mitiga riscos concorrenciais decorrentes da operação". A negociação está avaliada em R$ 7,5 bilhões.
De acordo com o parecer da Superintendência Geral, as empresas envolvidas no negócio são atualmente concorrentes em três mercados: comércio varejista de autosserviço (envolvendo supermercado, hipermercado, atacarejos e clubes de compras), atacado de distribuição de produtos primordialmente alimentícios e outros bens, e revenda de combustíveis. A análise realizada pela Superintendência demonstra que, em um cenário pós-operação, o ato de concentração não tem potencial de gerar preocupações concorrenciais nos mercados de atacado de distribuição e de postos de combustíveis.
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Com relação ao setor de varejo de autosserviço, afastou-se riscos de prejuízos à concorrência. Contudo, para uma pequena parcela de mercados envolvidos nesse setor, não é descartada a probabilidade de exercício de poder de mercado por parte das empresas envolvidas no negócio. Assim, para mitigar os problemas concorrenciais, o Cade negociou com o Carrefour e o Big um Acordo em Controle de Concentrações (ACC) por meio do qual estão previstos os chamados remédios estruturais e comportamentais.
AUTOSSERVIÇO
A proposta de ACC prevê o desinvestimento de algumas unidades de varejo de autosserviço, uma das apostas do Carrefour no país, além de compromissos comportamentais relacionados à não concorrência e à manutenção da viabilidade econômica das unidades desinvestidas até a efetiva transferência dos negócios. Para o Cade, o acordo negociado com as empresas é adequado para preservar a concorrência no mercado.
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O Cade tem até 240 dias, prorrogáveis por mais 90, para concluir a apreciação do processo de compra do Grupo BIG, cujo prazo passou a contar em 12 de julho de 2021. O anúncio da negociação, porém, foi feito de março de 2021. Na ocasião, o Carrefour divulgou que "a aquisição do Grupo Big expandirá a presença do Carrefour Brasil em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e Sul do país, e que oferecem forte potencial de crescimento. A rede de lojas do Grupo Big, portanto, apresenta forte complementaridade geográfica".
Em Santa Maria, o Grupo Big tem dois hipermercados, um supermercado (Nacional), um atacado (Maxxi) e dois postos de combustíveis.
CONVERSÃO DAS 3,8 MIL LOJAS
Em um comunicado ao mercado, a direção do Carrefour Brasil informou que a proposta de ACC negociada pelo Cade prevê o desinvestimento de algumas lojas, mas em patamar inferior àquele divulgado na declaração de complexidade emitida pela Superintendência da autarquia em 12 de novembro de 2021, isto é, menos de 10% dos estabelecimentos do Grupo Big. O Tribunal do Cade tem até junho deste ano regulamentar a negociação. Após o fechamento da operação, o Carrefour pretende dar início à conversão das 3.881 lojas, sendo 63 Maxxi, 43 Sam's Club, 86 hipmercados Big, 45 Super Bompreço, 54 supemercados Nacional e 97 TodoDia.